terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Vidas secas-Graciliano Ramos






É com convicção que se afirma que Graciliano Ramos foi um dos mais notáveis e expressivos autores do Modernismo Brasileiro. Em suas obras de maneira geral ele retrata a realidade social dos personagens assim como a psicologia destas, permitindo somar uma linguagem sintética concisa, com textos enxutos, resultando em um estilo muito elegante.
Trabalhou como comerciante, foi revisor, depois prefeito e ainda secretário de Educação. Demitido, foi preso sob a acusação de participar da levante comunista, mas, em meio a tudo isso, na literatura mergulhava na alma humana, denunciando assim a miséria brasileira por meio de personagens ásperos e uma linguagem sem excessos.
Em vidas secas, uma de suas obras-primas o autor de maneira direta traça o caminho do homem, seu ponto de interesse, que empurrado pela seca e sem rumo definido confunde-se com ela. Ele descreve a vida de quatro retirantes, um papagaio e a cachorra Baleia, que transcorriam o sertão impulsionados pela esperança de encontrar um lugar para fixarem-se e trabalharem para conseguir seu sustento.
Graciliano narra a história do homem que castigado pela dura seca e oprimido por quem detém mais poder, só consegue sobreviver a tudo isso quando igualado aos animais, que com forças superam grandes obstáculos.
A obra ultrapassa os limites do sertão, traçando através da palavra as verdades esquecidas pelo mundo. Daí ele discorre da vida do homem para explicar que enquanto se sonha com futilidades, há homens que sonham com a dignidade de ter um lugar para fixar-se, mas enquanto carregam esta sina de “judeu errante” levam consigo as marcas do sertão na própria alma, para onde for e até onde chegar.

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